Os primeiros residentes, um grupo de Timorenses, procuram uma nova oportunidade, após exploração no Alentejo.
David e Santiago são o rosto do trabalho duro e das condições precárias vividas no Alentejo. A 20 de Novembro, a Polícia Judiciária irrompeu pela propriedade onde estes trabalhavam, na apanha da azeitona, e deteve os patrões. Os dois jovens foram acolhidos, num primeiro momento, pelas Cáritas, em Beja, e agora em Braga. Aqui procuram uma nova oportunidade, de vida e de trabalho.
No sentido de dar resposta a estas necessidades, a antiga escola de Celeirós será um Centro de acolhimento.
Carlos Videira, administrador da Bragahabit refere que
Além da criação de 16 alojamentos individuais, queremos que este seja um espaço de formação/capacitação dos migrantes, possibilitando-lhes uma melhor integração no mercado de trabalho.
Ainda a aguardar o resultado da candidatura à Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário, é expectável que as obras se iniciem nos primeiros meses de 2024. Estima-se um investimento de 1,2 milhões de euros.
A nossa expetativa é que o centro de alojamento e de capacitação esteja aberto em 2026.
Até lá, os migrantes que chegam a Braga são acolhidos em instituições, como a Cáritas Arquidiocesana, como é o caso de um grupo de seis timorenses vindo do Alentejo.
David Ferreira, 31 anos, tem agora esperança de um futuro melhor, depois de meses muito complicados. Acredita que Braga lhe trará novas oportunidades.
Em Timor trabalhava numa vidraria. Em Portugal, estive sempre na agricultura, a apanhar melão, azeitona e uvas. Era duro, e o patrão não era nosso amigo.
O sorriso com que fala num futuro melhor, desaparece quando recorda por tudo o que passou.
Santiago Dorego, 30 anos, é outro dos 6 migrantes resgatados no Alentejo e que está em Braga.
Ganhei uma nova vida aqui. Acredito que em Janeiro vou conseguir ter um sítio para trabalhar. Sou otimista.